Paulo Nogueira-Neto, patrono do ambientalismo no Brasil, analisa a relação entre Política e Meio Ambiente
Por Danielle Denny
Diferente das preocupações da esquerda e direita de antigamente, a nova ideologia politica, que ganha cada vez mais força, tem o meio ambiente como centro. O diagnóstico foi feito por Paulo Nogueira-Neto, patrono do ambientalismo no Brasil.
Advogado e zootécnico de formação, dirigiu por 12 anos e 4 governos a antiga Secretaria Especial de Meio Ambiente (hoje Ministério do Meio Ambiente), redigiu o projeto de lei da Política Nacional do Meio Ambiente, que até hoje está em vigor e, entre outros muitos feitos, foi membro da Comissão Brundtland de Meio Ambiente e Desenvolvimento da Organização das Nações Unidas (ONU), que criou o conceito de Desenvolvimento Sustentável.
Nogueira-Neto foi homenageado no IV Congresso de Interesses Difusos da Faculdade de Direito da USP, cuja temática foi Políticas Públicas na Proteção do Meio Ambiente e do Consumidor, realizado na última quarta-feira (24), na Sala da Congregação do Largo São Francisco.
Apesar de ter trabalhado para o governo, se orgulha de nunca ter sido político. Graças a essa característica conseguia contemporizar diferentes interesses, como os da ditadura militar e os da oposição. Além disso, sua visão transdisciplinar, demonstrada pela formação acadêmica em Direito e em Ciências da Natureza e pela pesquisa científica sobre abelhas indígenas, fazem dele o representante da visão holística que é necessária para trabalhar na área de meio ambiente.
O titã de 91 anos, receita que o segredo para a sua longevidade é tratar bem todas as formas de vida. “Quando você trata bem a natureza ela também te trata bem”, garante.