Crime ambiental com motivações políticas…
Por Antonio Fernando Pinheiro Pedro
O “Arco Iris” de tintas sobre o Monumento às Bandeiras e a pichação, com o mesmo material, na estátua de Borba Gato, mais que um dano ao patrimônio público, representa a conspurcação da dignidade do povo paulistano.
Prefeitura e Estado apressaram-se a proceder à limpeza dos monumentos, o primeiro, de autoria de Victor Brecheret, localizado entre o Parque do Ibirapuera e a Assembleia Legislativa, e o segundo, de autoria de Julio Guerra, no Bairro de Santo Amaro.
Tarefa complexa, pois, ao que tudo indica, ao contrário das vezes anteriores…os criminosos acertaram a demão de tinta…
O engenheiro civil Victor Brecheret Filho, entrevistado pelo Estadão, declarou que a pichação na escultura do pai foi um ato equivalente às explosões e demolições protagonizados pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI) em monumentos da Síria.
Ele tem razão. A depredação de obras de arte – que não pertencem a governos ou ideologias e, sim, à cultura da humanidade – pelo simples fato de não se coadunarem com as convicções do depredador, é típica ação de psicopatas intolerantes.
Idiotas justificando a ação de imbecis…
Surpreendidos com a reação popular, blogueiros e jornalistas esquerdistas resolveram “justificar” a “intervenção” como uma “crítica ao papel dos bandeirantes na perseguição aos índios, negros e gays” (?). Outros apelaram para a teoria da conspiração e relacionaram as pichações ao debate entre candidatos a prefeito ocorrido na véspera, que abordou a ação dos pichadores na cidade.
As pichações representam, na verdade, mais que um crime ambiental, uma forma de agressão injuriosa à estética comum à cidadania. Algo como pichar o rosto dos cidadãos, inutilizar suas vestes e pertences, destruir a paisagem urbana, por impulso anti-cultural sociopata.
“Militontos” sem causa, misturam-se aos parasitas de todas as causas, na salada de incorreções politicamente corretas, dos rancores sociais, do vitimismo racialista e “elegêbetices” que nada mais são que expressões recalcadas contra a democracia.
Os contestadores do nada, contam com a condescendência dos pusilânimes, o apoio dos confusos e a leviandade usual da mídia. Esgueiram-se pelas frestas da omissão judiciária, da incompetência burocrática e da corrupção pública.
Governos municipal e estadual estão irmanados nesse lixo. Atestam sua incompetência em proteger os mais visíveis monumentos da cidade.
Se com monumentos ocorre isso, que se dirá, então, da proteção da vida dos cidadãos.?…
Antonio Fernando Pinheiro Pedro é advogado (USP), jornalista e consultor ambiental. Sócio diretor do escritório Pinheiro Pedro Advogados. Integrante do Green Economy Task Force da Câmara de Comércio Internacional, membro do Instituto dos Advogados Brasileiros – IAB e da Comissão Nacional de Direito Ambiental do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB. É Editor-Chefe do Portal Ambiente Legal e responsável pelo blog The Eagle View.
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