Por Aurélio Barbato
Parte I – Política industrial verde
A política industrial, atrelada à economia verde, abrange metas cujo atendimento depende de energias renováveis como insumo. O aspecto energético é essencial, bastante estudado, cobiçado e em contínuo aperfeiçoamento.
Governos estão cada vez mais interessados nos benefícios que a energia renovável pode proporcionar, acrescentando crescimento e dinamismo às economias nacionais.
A política industrial verde visa promover o desenvolvimento sustentável da atividade econômica no setor a ela associado, bem como expandir a oferta de empregos simultaneamente ao cumprimento das metas ambientais. É importante considerar que o planejamento é indispensável para o êxito dessa política, tanto quanto a elaboração da política industrial tradicional.
Essas intervenções geralmente consideram estudos realizados em vários países por organizações internacionais. Estudos relativos às políticas industriais verdes existentes, comparados, que proveem ensinamentos e diretrizes.
Os elaboradores de políticas industriais fazem acompanhamento contínuo de sua implementação, visando o aprimoramento dos programas, para alcançar um estágio “verde” em todas as etapas produtivas, incluindo fornecedores de bens e serviços, de modo a abranger o ciclo completo do processo, reduzir custos e aumentar a produtividade.
O foco prevalecente tem sido o desenvolvimento das fontes alternativas de energia, como a solar e a eólica. As políticas industriais verdes têm sido implantadas com orientação para o crescimento desses setores, considerando sua relevância para o alcance dos objetivos ambientais, econômicos, sociais e tecnológicos, em especial o desenvolvimento de novas matrizes energéticas nacionais.
Mesmo tendo em mente a melhoria da qualidade de vida, os planejadores precisam reduzir ou neutralizar os impactos ambientais que interferem anulam efeitos benéficos e multiplicadores dos investimentos realizados.
Faz-se necessário o monitoramento da política, durante sua implementação, não apenas para melhor adequá-la mas, também, para buscar melhoria contínua na eficiência energética.
A eficiência energética requer medidas e ações reciprocamente complementares, visando causar sinergias saudáveis que se retroalimentam. Entende-se aqui por sinergias saudáveis o conjunto de inovações e melhorias implantadas de modo a gerar, potencializar e estimular novos e mais elevados padrões de referência e novos parâmetros de desenvolvimento.
A própria inovação cria alternativas para minimização de utilização de recursos, considerando o ciclo de vida.
É complicado? Até pode ser, mas é adequado e aceitável.
Parte II – A relevância do planejamento das organizações e a economia verde
A economia verde é esteio da sustentabilidade nas empresas.
Recomenda-se expressa observância à normatização existente, às vezes suficiente e extensa, relativa à atividade em foco.
Passa-se do diagnóstico ao planejamento, uma das etapas mais importantes quando se busca adequação ambiental.
Faz-se necessária a criação e coordenação de grupos interdisciplinares e multidisciplinares, familiarizados com as características do segmento. É preciso conhecimento das fontes de orientação normativa e legal no processo de planejamento, para que possam incrementar o conhecimento e o entendimento sincronizado das regras aplicáveis ao projeto.
A etapa seguinte constitui o estudo, avaliação e contextualização das atividades, suprimentos, fornecedores e todos os envolvidos na dinâmica da atividade econômica da organização e do segmento.
A prática tem mostrado que na maioria dos casos estão envolvidos aspectos e disciplinas transversais, inclusive relativo a órgãos governamentais. suas áreas de competência e exigências específicas para setores ou empresas diferenciadas.
A operacionalidade dinâmica desses conhecimentos, criando sinergias produtivas, proporcionará recursos para maior competitividade no mercado cada vez mais exigente quanto à sustentabilidade e responsabilidade socioambiental.
Os que iniciaram este processo orientado para a sustentabilidade estarão bem mais adiantados lá na frente.
Economia verde e sustentabilidade não são opções, mas princípio norteador. Eficiência energética é decisiva para a sobrevivência.
A sustentabilidade é o somatório das sinergias que se projetam sobre numerosas pequenas iniciativas – por isso a ênfase na importância da gestão – preferencialmente, gestão integrada.
Centenas de eventos nacionais e internacionais, são realizados sobre o tema, gerando inovações para o bom desempenho das organizações. Existe, para isso, profissional que faz a ponte, que identifica as possibilidades, acessa especialistas e coordena as atividades. Esse interlocutor ajudará a organização a definir objetivos, incluindo não apenas buscar alternativas tecnológicas, mas proporcionar treinamentos, visando metas. Quais metas? Resumidamente, colocar a organização orientada na sustentabilidade.
Esses profissionais são responsáveis por assessorar a direção da empresa na discussão das alternativas tecnológicas, realizar ou recomendar treinamentos e compatibilizar conceitos para uma abordagem convergente. Estimular o ambiente organizacional facilitando a assimilação e implantação de técnicas e conceitos e aperfeiçoar compreensão das expectativas internas e externas.
Auxiliadas por esses profissionais, organizações encontram oportunidade de modernizar a logística, integrar a produção, realizar a distribuição e organizar a logística reversa.
Assim, nos moldes de uma política industrial verde, a organização irá desempenhar papel de destaque no cenário econômico global.
Aurélio Barbato é Administrador de Empresas e Economista, formado pela Faculdade de Ciências Econômicas de São Paulo, especializado em Economia Sustentável, coordenador de eventos importantes no setor da indústria eletroeletrônica. Publicará regularmente sua coluna no Portal Ambiente Legal