Avaliação de Risco Ecológico para área petroquímica
Redação Ambiente Legal
Observando sintomas de pessoas residentes próximos ao polo petroquímico na região de Santo André, Mauá e São Paulo, a pesquisadora e professora de Endocrinologia da Faculdade de Medicina do ABC, Maria Ângela Zaccarelli Marino, comprovou que a poluição ambiental deflagra um novo tipo de doença – a tireoidite química autoimune.
Os moradores próximos ao Polo Petroquímico do ABC estavam expostos à poluição gerada pelo uso de solventes clorados durante o processo de queima para a produção de plásticos e de derivados de petróleo. O contato com estes poluentes é o gatilho para a produção de anticorpos que atacam a tireoide.
De 1989 a 2004, moradores com idades entre 5 e 78 anos foram acompanhados por consultas médicas e exames laboratoriais de sangue com dosagens dos hormônios tireoidianos. Os pacientes foram divididos em dois grupos segundo o local de moradia. Na região próxima ao parque industrial petroquímico estavam 3.356 pacientes do grupo 1. O grupo 2 foi composto por 2.950 de uma região afastada de área industrial.
Os resultados mostraram que, em 1992, somente 2,5% da população do grupo 1 sofriam de tireoidite crônica autoimune. Em 2001, o mesmo grupo já apresentava taxa de 57,6%. Esse aumento foi paralelo ao crescimento do número de empresas na região. A população que vivia longe da área químico-industrial não teve aumento significativo no período. Na comparação geral dos 15 anos, a região que concentra as indústrias petroquímicas tinha cinco vezes mais casos de tireoidite crônica autoimune que a outra área estudada.
Do lado da Cetesb, a agência afirma ter aplicado 18 multas nos últimos anos, além de realizar inspeçõesa cada 40 dias na região para monitorar as substâncias emitidas pelas chaminés.
Para o Ministério Público, falta identificar exatamente qual poluente causa a mutação na glândula tireoide e o consequente desenvolvimento da doença. Definido isto, a investigação passa a ser processo, com a identificação dos responsáveis e possíveis indenizações aos afetados.
O Sindicato das Indústrias de Produtos Químicos, que responde por todas as empresas do Polo Petroquímico, rebate os resultados da pesquisa. Segundo ele, não existe estudo conclusivo, reconhecido por órgão de Saúde ou autoridade médica, que comprove a relação entre as atividades industriais e a eventual incidência de doenças na tireoide.
Apesar da evidência dos números de casos, o sindicato patronal afirma ainda que as empresas do Polo do ABC obedecem a padrões ambientais rigorosos e que implantaram novas tecnologias para reduzir impactos no meio ambiente.
Agora, o laboratório de poluição da Universidade de São Paulo deve instalar equipamento para medir os poluentes liberados pela chaminé das empresas. A ideia é identificar os agentes presentes no ar e, depois, no sangue, urina ou gordura dos moradores, para relacionar a doença aos fatores ambientais.
A pesquisadora alerta que a tireoidite crônica autoimune está relacionada com outras doenças autoimunes, como a esclerose múltipla, artrite reumatoide, diabetes tipo 1, hepatite crônica autoimune, vitiligo e lúpus eritematoso sistêmico. “Em crianças, o aumento de casos de tireoidite crônica autoimune foi acima de 40% no período estudado. São dados preocupantes, visto que ela é a maior causa de hipotireoidismo primário, que se não for tratado adequadamente pode levar a danos irreversíveis”.
Nossa comunidade sofeeu com grande vazamento oriundo das dependências do Hipermercado Carrefour e estamos precisando de uma pesquisa deste tipo que nunca foi feita, e mais todas as ruas tem em média 78% de casos de tireoidite e tireoide, com bocioinclusive. Os advogados não vem nexo mas os moradores beberam agua contaminada com esse vazamento. Temos animais e crianças com defeitos teratogênicos sem rins, com problemas de leucopenia entre outros.
Silvia, obrigada pelo comentario e, você teria mais dados para nos fornecer ? Entre em contato comigo pelo email: ana3alencar@hotmail.com.
Gostariamos de saber mais sobre o assunto e, possivelmente fazermos uma matéria.
Abraço,
Ana Alencar
Olá eu tenho 35 anos. Eu cheguei na cidade em 2004. E minha mãe mora no mesmo local ha 35 anos.Ela tem apresentado nestes anos do qual eu vivo junto a ela surgimentos de caroços etc… Assim como eu. Quero saber se posso fazer exames e ter acompanhamento dos responsáveis pelos estudos.
procure o Ministério Pùblico na Cidade.
Após algum tempo do ocorrido em 2006 escrito acima a maioria dos moradores (70%) apresentam problemas relacionados á disfunção da tireóide com mais prevalência de hipo do que hipertireoidismo, porém os hipertireoidismos são a fase inicial da Doença de Hashimoto, percebemos que as autoridades públicas não estão cientes dos problemas gerais da população pois não fazem uma busca ativa na rede pública do SUS, ha muitos casos de problemas de pele e problemas como DPOC, alergias desencadeadas por fator ambiental que sabe-se não tem cura somente controle e de praxe com médico especializado no assunto. Os processos continuam a correr porém o que vemos é que as patologias aumentam mesmo que um dia a terra se torne limpa as pessoas não conseguirão curar patologias que desencadearam genes dormentes. É triste ver que depois do ocorrido a população não tem um atendimento satisfatório e sequer justo para quem mora na região que deveria ser vitalício uma vez que problemas que mexem com a parte genética alterando a expressão gênica podem demorar até 20 anos para aparecimento. E engraçado que em uma rua a porcentagem de pessoas de diversas idades e sexos foram apresentando os mesmos sinais clinicos de problemas tireoideanos, 2 casos de puberdade muito precoce, dezenas de casos de alergias como atopias, urticárias crônicas e até mesmo psoríase auto-imune, o que prova que o aparecimento de tais problemas remonta no caso genético de exposição continuada a determinados produtos químicas, um dos quais o benzeno, mas claro que sabendo também que ainda se usa metais pesados como chumbo em constituição do produto gasolina. O pior de tudo é que onde houve o vazamento contem um enorme veio de corregos, água é achada a 30 cm em alguns lugares, tornando um grande áquífero que abasteceu sempre a população mesmo com a chegada da água, na falta ou crises graves usava-se desta água, não sobrecarregando o sistema Billings. mas percebemos que ninguem imagina que este vazamento não so não ficou no local como seguiu o curso das águas, mesmo a fase dissolvida pode ter sido levada a distâncias.
Da mesma forma que em Mauá a população sofre com problemas que poderiam nunca ter aparecido.
Recentemente descobri um problema na minha tireóide e acredito que tenho relação com esse problema. Cresci próximo ao polo petroquímico de Mauá-SP. Seria possível buscar ajuda junto às autoridades?
Moro ao lado do Pólo Petroquímico desde 1989 em 2010 minha filha de 13 anos foi diagnosticada com disfunção da Tireóide.
Agora em 2019 foi preciso retirar a Tireóide e na biópsia foi detectado Câncer.
Fez traramento com Iodo.
Esses casos são muitos no Bairro, e o pólo petroquímico sempre dizendo que não é a causa.
Quero entrar com uma ação contra o Polo Petroquímico.
Qual vinho devo adotar, podem me ajudar?