Furacão Florence visto da Estação Espacial Internacional (BBC)
Harvey, Irma, Maria, Florence…Você já teve a impressão que o número de furacões aumentou nos últimos tempos? Se a resposta for sim, saiba que está correto: um estudo publicado na revista Science mostrou que 2017 foi um ano acima da média para esse tipo de fenômeno – e o culpado pode ser o aquecimento global.
De acordo com a pesquisa, o Oceano Atlântico foi palco de seis grandes furacões (com ventos acima de 178 km/h) no ano passado, o dobro da média de três tempestades do gênero, número que vinha se mantendo desde 2000. Antes disso, a incidência era ainda menor: dois grandes furacões por ano.
O estudo simulou vários cenários climáticos em computador. Cruzando os dados obtidos, ele relacionou o aumento da temperatura de uma faixa específica no Atlântico (entre o sul da Flórida e o norte da América do Sul, indo até o oeste da África) tanto com causas naturais quanto as provocadas por humanos, como a queima de carvão, petróleo e gás.
2017 foi o ano com o maior número de grandes eventos meteorológicos na América do Norte. Fonte: NatCat Service
Águas quentes funcionam como combustível para furacões. Eles se formam quando a temperatura está acima de 27oC e, quanto mais quente o oceano estiver, maiores são as chances da tempestade se formar – e menores são de ela perder a intensidade com o passar do tempo.
“Vamos ter temporadas de furacões mais ativas, como a de 2017, no futuro”, disse Hiro Murakami, cientista climático do NOAA (Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos EUA) e principal autor do estudo, em entrevista a agência Associated Press. A pesquisa traçou um cenário preocupante: até 2100, a média de grandes furacões no Atlântico irá aumentar ainda mais, para oito por ano.
A pesquisa recebeu algumas críticas de cientistas da área, que afirmaram que a relação entre fenômenos climáticos extremos e o aquecimento global não é tão simples assim. No entanto, uma coisa é fato: o oceano Atlântico está ficando cada vez mais quente, e num ritmo maior do que os outros.
Fonte: Rafael Battaglia – Super Interessante via Ambiente Brasil