Por Paulo Gianolla*
É possível Prever o Futuro?
–Não, ninguém consegue prever o futuro, mas é perfeitamente possível explorá-lo!
Essa foi a reposta para o questionamento feito após a repercussão deste artigo gerado ao prospectar Futuros e mapear tecnologias, formando conexões em busca de insights criativos sobre um Futuro que emerge, o qual detalho o caminho de como chegamos nessas possibilidades:
No mundo atual, repleto de complexidade, caos e contradição, onde a incerteza é a única certeza, pensar acerca de prever o futuro é tão importante que as maiores empresas ao redor do mundo, assim como a maioria dos governos do G20, possuem equipes especializadas em pesquisá-lo, utilizando como mentoria no planejamento estratégico para a sustentação de políticas e negócios. Estadistas planejam atuações geopolíticas e sociais com a visão projetada para muitas décadas.
A UNESCO, Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, considera Futuro alfabetizável, pois ao exercitarmos o pensamento do futuro, podemos criar em nossas crianças e jovens verdadeiros portais para a mudança, saindo assim do ciclo de repetições de histórias familiares de imobilidade social, econômica e cultural, como ações têm demonstrado.
“O futuro não é um lugar onde estamos indo, mas um lugar que estamos criando”.
Antoine de Saint-Exupéry – 1900 / 1944.
O Futuro não existe ou muito menos é uma repetição do passado, mas não é um espaço vazio e assim como o passado, um aspecto ativo do presente. Não existindo, seja daqui a pouco ou mesmo em anos, ele é criado a cada momento, e por isso mesmo temos o poder de escolha se participaremos dessa criação ou não.
O Futuro é construído hoje, e só existem dois tipos de pessoas no futuro, os que constroem o seu futuro e os que dependem de aceitar futuros impostos por outros, o Futuro Colonizado.
Além disso, pensar sobre o futuro torna o presente mais cuidadoso, nos faz considerar passos, etapas, implantando um processo para alcançar o futuro desejável, onde é necessário enfrentar os problemas hoje e agir com intenção deliberada, rumo ao seu próprio futuro. Portanto, o seu passado não define seu futuro, mas a boa compreensão do passado serve como aprendizado para no mínimo não repetir no presente, os eventuais erros de trajetória percorridos.
Ninguém pode efetivamente prever de fato o futuro, e essa não é a pretensão, mas apenas formar uma orientação flexível, para que possa ajustar à medida que se avança, evolui e aprender mais, corrigindo eventuais mudanças de rumo, pensando construtivamente sobre o futuro.
O futuro é um recurso que podemos empregar, e os futuristas observando os sinais, nas questões emergentes antecipando alguns possíveis impactos e implicações, acreditam que indivíduo, grupos, corporações e nações podem tomar ações no presente que ajudarão a determinar o futuro, pois o futuro é prático, não teórico.
O Futuro é mapeado por ferramentas científicas e assim sugere vários futuros possíveis, geralmente na forma da composição e exploração de “cenários” como possibilidades, como placas de sinalização indicando o rumo, ou ainda na contação de histórias sobre o futuro.
Uma vez que o futuro é imprevisível, é possível usar a aleatoriedade como estratégia, desafiar nossas suposições, observando a maior quantidade de dados, padrões de plausibilidade, mudanças e perspectivas do mundo, oportunidades e risco, ajuda a tomar melhores decisões e medidas.
Quando monitoramos nosso futuro, fazendo o que está ao nosso alcance, aprendemos a respeitar o imprevisível, abandonando a falsa ideia de controle, observando continuamente os sinais, respeitando a antecipação e agindo com discernimento à medida que eles ocorrem, combinando um plano flexível com gatilhos de atuação, podemos sair do futuro plausível reativo, imaginar o futuro desejável, inovador e abundante, e realizar o futuro possível.
Arthur C. Clarke dizia que a tentativa de prever o futuro começa com as visões que criamos em nossas próprias mentes. Ao escrever o artigo citando o Metaverso, a próxima internet, e em 3D, sobre sinais já mapeados por tantos outros futuristas e com tecnologias consideradas próximas, o objetivo não era discutir tecnologia, com a qual fiz interconexões apenas, não é meu foco de estudos, tecnologia é meio e não fim, pode ser boa ou não, depende apenas como a utilizamos, meu objetivo era visualizar e transmitir mudanças contextuais e comportamentais, essas sim, de verdadeiro impacto para a humanidade.
O Futuro é um processo de forças conectadas, e mais do que falar, ‘prever’ ou supor, criá-lo é o destino do ser humano.
Future-se!
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*Paulo Gianolla é Designer e Consultor. Atua na implementação do Design como Estratégia e Cultura de Inovação para a Liderança Exponencial e Empreendedorismo. Pesquisador de futuros, neurociências, cognição, aprendizado e processos criativos, métodos híbridos de AI (Inteligência Artificial ou Aumentada) e implantação de IoT (Internet das Coisas).
Fonte: Futurotopia
Publicação Ambiente Legal, 07/02/2022
Edição: Ana A. Alencar
As publicações não expressam necessariamente a opinião desta revista, mas servem para informação e reflexão.