Jornalista alemão questiona sustentabilidade dos materiais plásticos e aponta risco no manuseio e uso das garrafas PET
Por Ana Alencar
Em janeiro último, Norbert Suchanek , jornalista alemão, residente no Rio de Janeiro, publicou uma matéria polêmica sobre os perigos das garrafas PET e plásticos em geral.
Para surpresa de muitos, a reciclagem de materiais plásticos, segundo Norbert, nada tem de sustentável, devido a utilização de processos químicos, na decomposição e reutilização dos mesmos, para a fabricação de novos objetos plásticos. Ou seja, o plástico sózinho, não se transforma novamente em plástico, é preciso outros produtos , alguns tóxicos, para que essa transformação aconteça.
Desde 2012, o Brasil proibiu o uso do Bisfenol-A, na fabricação de mamadeiras para crianças, devido ser um composto que dá transparência e maior rigidez aos objetos plásticos mas, também, segundo pesquisas, é altamente tóxico, nocivo à saúde, podendo causar, a longo prazo, hiperatividade, autismo, disfunções comportamentais, câncer de próstata e de mama, diabetes, obesidade e diversas disfunções sexuais.
O Bisfenol-A, é utilizado na fabricação de materiais plásticos e em revestimentos de outros, como latas de refrigerante. Em contato com o calor, o composto se desprende do recipiente e vai direto para o conteúdo do mesmo, geralmente comidas e bebidas e, até mesmo no solo.
Em muitos países do mundo, ele foi totalmente proibido, o que não é o caso do Brasil. Ao passar pelo processo de reciclagem e transformação em novo produto, o Bisfenol-A, continua presente nos materiais. Outro grande vilão, presente nos plásticos, é o trióxido de antimônio, produto químico altamente venenoso e cancerígeno.
Dessa forma, vemos que a praticidade dos plásticos tem um custo muito alto para a nossa saúde e, visivelmente, não há interesse em que se divulgue essas informações.
Além desses perigos, todo o processo de produção de plásticos e reciclagem dos mesmos, envolve altos custos de energia, uso de matéria-prima, de petróleo, de outros produtos tóxicos e, ao invés de reduzir consumo, gastos, a reciclagem dos plásticos, exige que se produza mais plásticos e, consequentemente, o aumento de custos dos mesmo.
Ainda conforme Norbert Suchanek, o ideal é a utilização de vidros, que são mais resistentes , duráveis, saudáveis, pois não utilizam substâncias tóxicas na sua fabricação e, principalmente por sua reciclagem ser realmente sustentável, devido um vidro se transformar em outro vidro. O que reduz, consideravelmente, o uso de matéria-prima e energia.
As campanhas para a reciclagem de PET nunca abordaram essa questão dos compostos químicos, desconhecida por muitos e, extremamente perigosa. O consumo e reciclagem de PET continua aumentando e, podendo causar sérios riscos à nossa saúde.
Para Norbert, “Quem compra garrafas de PET e as usam no seu quintal como um viveiro ou quem cria um sofá de PET ou bijuterias, também está sendo responsável pela continuidade do uso do petróleo, pela mineração de antimônio e seus efeitos danificadores e pela contaminação do meio ambiente com substâncias tóxicas e cancerígenas.”
O ideal é que a população saiba dos riscos da utilização de recipientes plásticos e, vá, pouco a pouco, substituindo-os pelos de vidro, como era há uns 40 anos atrás, que são reutilizáveis infinitamente e, sem prejuízo à saúde dos seres humanos, animais e do meio ambiente.