Por Ana Alves Alencar*
Hoje, está mais que comprovado o poder de atuação das redes sociais nos diversos segmentos da sociedade, seja informando, divulgando, denunciando, conscientizando ou mobilizando pessoas em defesa de causas diversas.
Em temas como preservação do meio ambiente, sustentabilidade, utilização de material reciclável, fontes renováveis de energia, descarte do lixo e outros assuntos relacionados, não é diferente. Mas, até que ponto essas ações virtuais causam impacto e promovem mudanças de pensamentos na sociedade e no seu relacionamento com a natureza, com o meio em que vivem e com o planeta?
A rapidez das informações nas redes sociais e sua abrangência mundial, faz com que os problemas enfrentados pela população, em todo o mundo e, principalmente, as experiências e ações vitoriosas, assim como a legislação vigente sobre os crimes ambientais, sejam divulgadas e compartilhadas, em um curto espaço de tempo, promovendo reflexões e possíveis mudanças de atitudes em prol de um mundo mais sustentável.
Seguindo essa linha de pensamento, entende-se que, a evolução das tecnologias deve seguir juntamente com a preservação dos recursos naturais. Uma não pode sobrepor-se à outra. Elas devem caminhar juntas, tendo em mente a melhoria de vida do ser humano e da natureza como um todo.
A internet já é uma realidade em todos os níveis sociais e, em todos os cantos do mundo, por isso, saber utilizá-la, em causas justas e necessárias, faz parte da vida de muitas pessoas, grupos, empresas privadas, órgãos públicos e entidades não-governamentais.
Muitas empresas possuem projetos ambientais, a fim de atender as exigências do mercado competitivo, promovendo ações que visam, não só beneficiar os seus negócios, como, também, fazer a diferença na vida de pessoas, comunidades e ecossistemas. e, utilizam as redes sociais, como indispensável ferramenta para a concretização de seus trabalhos.
É o caso do projeto “Planeta Sustentável” do Grupo Abril, desde junho de 2007, atuando no sentido de reconhecer e difundir boas práticas, debater e compartilhar conhecimentos, promover debates e ações na área da sustentabilidade, visando a conscientização da população sobre os problemas e as necessidades do nosso planeta, partindo do cuidado com o lugar em que vivemos.
Seu projeto de maior repercussão, o “Planeta no Parque”, é realizado anualmente, em parques da cidade, fazendo parte do calendário das ações ambientais da cidade de São Paulo e, conta com a participação de milhares de pessoas, “em atividades como shows e oficinas que apresentam, de maneira divertida, práticas mais sustentáveis”, com a ajuda de empresas parceiras para sua realização, segundo informa o site do projeto.
“As redes sociais são ótimas ferramentas para disseminar conhecimento e informação, mas, no caso do Planeta não são extremamente representativas em nossa audiência. Não atuamos somente nas redes sociais, somos um movimento multiplataforma que tem um site, envia newsletters, publica páginas nas revistas parceiras e conta com o compromisso delas para disseminar informação sobre sustentabilidade em suas reportagens, realizamos eventos e outras ações”, explica Mônica Nunes, editora e gerente de conteúdo do Planeta Sustentável.
Já o Projeto “Movimento de Bem com o Planeta”, atua nas redes sociais desde abril de 2011 e, de acordo com Michelle Yoshida, fundadora do Movimento, “é um canal independente que se propõe a divulgar informações referentes à sustentabilidade e contribuir para a conscientização ecológica no dia-a-dia das pessoas”, Tem como seu principal patrocinador, a empresa de produtos de limpeza e higiene que possui uma linha sustentável de produtos (Amazon) que, além do preço competitivo, oferece biodegradabilidade.
“As redes sociais são uma ótima oportunidade para difusão de informações e, como não tem custo, as pessoas participam muito. A população se envolve em peso por ser de graça e fácil acesso, há um grande compartilhamento de idéias e opiniões, e quem sai ganhando também é o meio ambiente por causa da visibilidade e difusão de informações e idéias.” ressalta Michelle.
A ONG “Juventude Sustentável”, formada por um grupo de simpatizantes da causa e da educação ambiental, atua nas redes sociais desde junho de 2012 e , conforme informado por um de seus fundadores, Rondinele Santana de Lima, eles já tem seus projetos, como o “Trote Ecológico”, obtendo grande repercussão nas redes, sendo amplamente divulgado por outros sites e blogs ambientais de renome.
Outro projeto que têm obtido bons resultados, é o “Fotógrafo Juventude”, em que os seguidores da página enviam fotografias com as belezas naturais de suas respectivas regiões para “aumentar o turismo interno no país e aumentar a renda dessas cidades.”
“Somos do Nordeste, da cidade de Campina Grande (PB) e, ficamos felizes por nossa página ter rompido os limites do Facebook, onde possuímos projetos que estão ajudando muito o Planeta.”, diz Rondinele, comprovando que vale cada segundo do tempo dedicado em pesquisas, divulgação e conscientização.
Com estes exemplos é possível concluir, ainda que forma não definitiva, que as redes sociais contribuem na divulgação de idéias, boas práticas, conhecimentos, experiências e iniciativas de sucesso, na área da sustentabilidade e preservação do meio ambiente. Contudo, os projetos ainda encontram-se muito restritos ao”mundo virtual”. Os que “saem” para o mundo real precisam de muito empenho e mobilização para realizar suas ações práticas. A participação da sociedade em eventos públicos de proteção e preservação ambiental ainda é muito tímida, comparada aos eventos nas redes sociais.
Devemos ter o máximo cuidado com os conteúdos veiculados na internet, apurando as informações divulgadas em fontes seguras para evitar discussões e compartilhamentos de assuntos infundados e inverídicos.
De qualquer forma, não há como negar a importância das redes sociais como veículo de significativa importância nas causas ambientais, atuando sempre em favor da sustentabilidade e da preservação dos recursos naturais no nosso planeta.
*Ana Alves Alencar é secretária executiva do PTB Ambiental.
Muito bom texto. Me ajudou bastante na minha feira de ciências