Líder acusa o Greenpeace de ter sofrido infiltração marxista e explica que a entropia do radicalismo induz à cegueira científica.
Por Antonio Fernando Pinheiro Pedro
O tempo é mesmo o senhor da razão. Como a luz do sol sempre expõe a verdade, parece que vários mitos cultivados pelo chamado “ecologismo profundo” ou biocentrismo estão, aos poucos, se desfazendo, degradados pela razão humana e pela ciência.
Esse questionamento saudável das “verdades absolutas”, que segundo o filósofo Karl Popper é a razão do conhecimento científico, encorajou antigos críticos dos movimentos ambientalistas radicais a se exporem na mídia e, assim, derrubarem mitos cultivados pelos radicais.
É o caso de Patrick Moore – “enterrado vivo” pela militância ambientalista e, agora, desenterrado pela grande mídia, no momento em que populismos, ecologismos, esquerdismos e radicalismos são denunciados como formas de totalitarismo pela crítica cética, que ganha musculatura na nova geração, culturalmente mais á direita.
O embate, descontados os interesses (eles sempre existem), é saudável, e nos permite ganhar massa crítica, saindo da zona do conforto das mesmices repisadas.
O Dr. Patrick Moore foi um dos co-fundadores do Greenpeace. Em sua primeira missão, ele partiu para as Ilhas Aleutas na missão inaugural do grupo em 1971 visando protestar contra os testes nucleares norte-americanos.
Moore liderou Greenpeace durante 15 anos até que saiu abruptamente, tornando-se um “renegado”. Adotou bandeiras em prol da sustentabilidade no campo da energia, aderindo a fontes consideradas “sujas” pelos seus antigos companheiros de militância, que não hesitam, hoje, em criticá-lo.
Moore saiu corajosamente da zona de conforto.
Entrevistado no filme “A grande farsa do aquecimento global” , ele explicou que sua bandeira foi sequestrada por militantes da esquerda.
Moore destrói mitos sobre o preconceito contra fontes de energia importantes, como a nuclear, por meio da qual se produz o isótopo – elemento essencial no tratamento do câncer, ou o obscurantismo por trás da condenação cega ao uso de elementos químicos importantes, como o cloro.
Para o professor, a “adoção do tema do clima foi uma decisão maior e aconteceu por duas causas diversas”, sendo a primeira a pura entropia do radicalismo.
Disse Moore: “a única forma de eles continuarem contra o establishment ocidental era adotar posições ainda mais extremadas. Por exemplo, eu deixei Greenpeace no meio de uma campanha que visava proibir o cloro. E eu lhes dizia: ‘mas, rapazes, trata-se de um elemento que está na tabela periódica dos elementos, vocês sabem que eu acho que não está no nosso poder proibir draconianamente um elemento químico’ “, conclui.
“A outra razão do aparecimento do ecologismo extremo foi que o comunismo mundial havia fracassado. O Muro caia e um mundo de pacifistas e de ativistas políticos se reciclava no movimento ambientalista,” informa Moore.
“Eles traziam consigo o neo-marxismo e aprendiam a linguagem verde de uma maneira muito astuta para promover um programa que tinha mais a ver com a anti-globalizaçao e o anti-capitalismo que com a ecologia ou a ciência”.
Posteriormente, entrevistado pela revista “Newsweek” ele acresentou novos dados. Eis alguns excertos:
“Nós estávamos tão focados no aspecto destrutivo da guerra nuclear que cometemos o erro de assimilar energia nuclear com armas nucleares, como se todas as coisas nucleares fossem más.”
“De fato hoje, o Greenpeace ainda usa a palavra ‘mal’ para descrever a energia nuclear. Eu acho que é um erro tão grande como você amalgamar medicina nuclear com armas nucleares.”
“A medicina nuclear usa isótopos radioativos para tratar com sucesso milhões de pessoas todos os anos, e esses isótopos são produzidos em reatores nucleares.”
“Eu deixei Greenpeace porque meus colegas diretores, nenhum dos quais tinha qualquer formação científica, lidavam com questões sobre produtos químicos, biologia e genética, sem terem formação alguma.”
“Eles usavam da organização para um ‘ambientalismo pop’ com base no sensacionalismo, a desinformação, a tática do medo, etc, para tratar com as pessoas numa base emocional, em lugar de apelar para o arrazoado intelectual.”
Na entrevista, o ex-lider de Greenpeace mostrou distorções e falsos espalhados pelo ambientalismo a respeito de certas energias “alternativas”, vejamos :
“Além de energia hidrelétrica, a tecnologia nuclear é a única de que dispomos, além dos combustíveis fósseis, como fonte de energia contínua em larga escala. Você pode confiar nelas 24 horas por dia, sete dias por semana.
“Já a energia eólica e a solar são intermitentes e, portanto, não são confiáveis. Como você pode fazer funcionar hospitais, fábricas, escolas e até mesmo uma casa quando o fornecimento de eletricidade desaparece três ou quatro vezes por dia?”
“O vento pode ter um papel menor para reduzir o consumo de combustíveis fósseis, porque você pode renunciar aos combustíveis fósseis mas só quando o vento está soprando. “
Moore destrói também outro mito:
“Substituir os combustíveis fósseis com energia solar é completamente ridículo. Os subsídios governamentais à energia eólica e solar por toda parte são maciços. A França, no entanto, tira 80% de sua eletricidade das usinas nucleares e não tem altos custos de energia. A Suécia produz 50% de sua energia nas centrais nucleares e tem custos de energia muito razoáveis.
O custo de produção de electricidade das 104 usinas nucleares em operação nos Estados Unidos é de 1,68 centavos de dólar por kilowatt-hora, não incluindo os custos de capital.”
Logo, a conclusão é que há governos que pagam fortunas para manter um mito…
Em recente livro, Moore explica como Greenpeace virou sucursal neomarxista:
“O custo da energia nuclear é muito baixo e competitivo. A eletricidade produzida em centrais a gás custa três vezes mais do que a nuclear, pelo menos. O custo da eletricidade tirada de eólicas aumenta cinco vezes mais, e a gerada pelas centrais solares é 10 vezes mais”.
E refutando o medo irracional de que as usinas nucleares possam multiplicar os arsenais atômicos e gerar um holocausto planetário, disse Moore:
“Você não precisa de um reator nuclear para fazer uma arma nuclear. Com tecnologia de centrifugação é muito mais fácil, mais rápido e mais barato fazer uma arma nuclear.”
Segundo Moore “você nunca vai mudar o fato de que existem pessoas más no mundo.”
Diz o professor, ainda, sobre a lógica idiota do desarmamento civil:
“A maioria das mortes em combate nos últimos 20 anos não foi causada por armas nucleares, bombas, fuzis, minas terrestres ou qualquer outra arma, mas pelo facão.
Entretanto, o facão é a ferramenta mais importante para os agricultores no mundo em desenvolvimento. Centenas de milhões de pessoas o usam para limpar suas terras, cortar a lenha e fazer a colheita. Proibir o facão não é uma opção.”
O que diz Moore vale para os que militam no biocentrismo fascista, para os militantes do “politicamente correto” e para os adoradores da Nova Ordem Mundial.
Hora se sairmos da zona de conforto da mediocridade verde militante…
Assista ao vídeo da entrevista onde o Dr. Moore explica suas razões a TV de Vancouver (vídeo em inglês):
Leia também:
A HISTÓRIA QUE OS ECOLOGISTAS NÃO QUEREM CONTAR (são três artigos)
MORTE AO BIOCENTRISMO FASCISTA
Fonte: http://ecologia-clima-aquecimento.blogspot.com.br/2012/06/lider-de-greenpeace-abandonou-ong-por.html
Antonio Fernando Pinheiro Pedro é advogado (USP), jornalista e consultor ambiental. Sócio diretor do escritório Pinheiro Pedro Advogados. Integrante do Green Economy Task Force da Câmara de Comércio Internacional, membro do Instituto dos Advogados Brasileiros – IAB e das Comissões de Política Criminal e Infraestrutura da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB/SP. É Vice-Presidente da Associação Paulista de imprensa – API, Editor-Chefe do Portal Ambiente Legal e responsável pelo blog The Eagle View.
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https://www.youtube.com/watch?v=ovKw6YjqSfM
Mais um vídeo pra sua coleção.
“(Energia Nuclear) Você pode confiar nelas 24 horas por dia, sete dias por semana”. Eu queria vê-lo falando isso numa palestra pro povo de Chernobyll e Fukushima.