Secretário-geral da ONU visitou região no Uzbequistão este sábado; ele disse que situação é uma demonstração de que “o homem pode destruir o planeta”.
Da redação
Destruição do Mar de Aral mostra que humanidade pode destruir o planeta, avisa António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas
Após encerrar na sexta-feira – 9 de junho de 2017, a Conferência dos Oceanos, na sede da ONU, António Guterres viajou para o Uzbequistão para debater a mediação da ONU na prevenção e resolução de disputas motivadas pela partilha da água na Ásia. No sábado, o secretário visitou a região do Mar de Aral.
“Visitar o Mar de Aral e ver quase morto aquele que foi o quarto maior mar interior do mundo causou-me uma grande comoção”, disse António Guterres em comunicado.
Para António Guterres, o progressivo desaparecimento do Mar de Aral foi o resultado do “desgoverno” da humanidade em relação aos recursos hídricos e demonstra “que o homem pode destruir o planeta”.
Guterres disse que “ver o que já foi considerado o quarto maior mar localizado numa área de deserto quase morto é chocante”.
Catástrofe
“Esta é provavelmente a maior catástrofe ecológica do nosso tempo e demonstra que o homem pode destruir o planeta”, disse Guterres.
O secretário-geral português disse que o caso deve ser tomado como uma “lição” para mobilizar “toda a comunidade internacional para implementar o Acordo de Paris”.
No entanto, segundo ele, “o desaparecimento progressivo do Mar de Aral não aconteceu por causa da mudança climática”. O secretário-geral deixou claro que isso ocorreu pela “má administração dos recursos hídricos pela humanidade”.
Símbolo
O chefe da ONU pediu a todos que usem o Mar de Aral como símbolo de como a humanidade pode destruir o planeta.
“Também demonstra que, se em relação às alterações climáticas não somos capazes de atuar energicamente para controlar o fenômeno, podemos ver este tipo de tragédia multiplicar-se pelo mundo”, disse.
Ao mesmo tempo, Guterres afirmou que em relação à mudança climática, se a comunidade internacional não agir com força para combater esse fenômeno, o mundo verá esse tipo de tragédia se multiplicar por todas as partes.
Segundo ele, isso deve servir como uma lição para mobilizar a comunidade internacional a implementar o Acordo de Paris, incluindo governos, empresas, sociedade civil, cidades e estados.
Paris na ordem do dia
O Acordo de Paris é um acordo mundial de combate às alterações climáticas que sofreu um revés com a decisão dos Estados Unidos de o abandonar.
A 01 de junho passado, o Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou que o país se ia retirar do acordo sobre alterações climáticas, concluído a 12 de dezembro de 2015 na capital francesa.
O acordo foi assinado por 195 países, já foi ratificado por 147 e visa limitar a subida da temperatura mundial pela redução das emissões de gases com efeito de estufa.
Fontes:
http://www.unmultimedia.org/radio/portuguese/2017/06/guterres-seca-do-mar-de-aral-e-uma-das-maiores-catastrofes-ecologicas/#.WT2FyVXyvIU
http://www.ultimahora.com/desaparicion-del-mar-aral-es-simbolo-destruccion-humana-n1090432.html
http://www.dn.pt/lusa/interior/destruicao-do-mar-de-aral-mostra-que-humanidade-pode-destruir-o-planeta-avisa-antonio-guterres-8554965.html