Após seis meses de uma gestão climática sem clima, Gilberto Natalini sai do cargo atirando no prefeito Ricardo Nunes
Por Marilene Nunes*
O médico e ex vereador Gilberto Natalini pediu demissão da Secretaria Executiva de Mudanças Climáticas nesta quinta feira, 4 de janeiro, segundo informou fonte da prefeitura.
Natalini reuniu sua equipe e anunciou a decisão, alegando discordar da política de alianças do Prefeito Ricardo Nunes com a ala bolsonarista do Partido Liberal – PL, visando a eleição deste ano.
Oficialmente, Natalini se declarou estafado e interessado em novos projetos, fora da prefeitura.
Natalini substituiu, seis meses atrás, o advogado Fernando Pinheiro Pedro, que implantou a inovadora Secretaria Executiva de Mudanças Climáticas do Município de São Paulo – permanecendo à frente da gestão por dois anos. Pinheiro Pedro foi exonerado a pedido, após sofrer campanha de lacração, promovida por radicais esquerdistas, que não se conformavam com o fato do profissional – responsável pelo programa de governo de Bolsonaro em 2018, alegar que o Planeta Terra “se salva sozinho” – aludindo ao fato do risco das mudanças climáticas dizerem respeito à vida na superfície, não ao corpo celeste.
Gilberto Natalini, no entanto, enfrentou problemas na sua rápida gestão; primeiro por demorar quase um mês em tomar posse formalmente por estar envolvido no processo eleitoral do CREMESP e, também enfrentar dificuldades de aprovação do nome no Comitê Interno da Prefeitura – COMALC, por conta de problemas judicializados de gestões passadas na Secretaria do Verde e Meio Ambiente.
A gestão Natalini na SECLIMA revelou-se um fracasso, justamente na área de combate às ocupações ilegais em área de mananciais, com resultados pífios para quem foi responsável por extenso dossiê, denunciando o problema ao Ministério Público, anos antes – quando vereador.
Afora esse fato, absolutamente nenhum avanço ocorreu na gestão, marcada por blablablá, eventos com secretários de outras pastas (sem resultado) e nenhuma nova iniciativa.
Fontes da prefeitura informam que havia um clima de desconforto, não apenas com a performance fraca e desinteressada do secretário, como também por sua postura hostil à articulação do prefeito Ricardo Nunes rumo aos bolsonaristas.
No entanto, Natalini anunciou, em seu desligamento, que competiria a ele “indicar o sucessor”, aduzindo que sua equipe permaneceria – algo explicável por dois motivos: o prefeito não tem ideia do que Natalini fazia e, por sua vez, o Secretário de Governo, Edson Aparecido, é quem dá as cartas na gestão, encontrando-se a SECLIMA sob sua pasta.
A prefeitura, desde a saída de Pinheiro Pedro, parece ter se tornado uma colcha de retalhos, sem projeto de governo definido. Uma central de obras… sem qualquer compromisso com o clima ou com o ambiente da cidade.
Aguardemos o que virá agora… e se o clima, na prefeitura, irá melhorar.
*Marilene Nunes – Membro do Conselho Editorial
Fonte: Redação Ambiente Legal
Publicação Ambiente Legal, 05/01/2024
Edição: Ana Alves Alencar
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