Gestão climática precisa sair do discurso…
Por Antonio Fernando Pinheiro Pedro*
A “lacrosfera” não olha para cima…
A terra (e seus fenômenos geoclimáticos), deve ser também observada no seu contexto interplanetário, solar e cósmico.
TUDO está conectado.
Embora ainda estejamos conhecendo o universo para além de nossa atmosfera, já temos elementos suficientes para elaborar planos de gestão de resiliência, adaptação, contingência e emergência climáticos mais abrangentes que a miopia climatista atual.
Neste vídeo, relaciono o evento extremo ocorrido em São Paulo (e em toda a região do estado), no dia 3 de novembro, à tempestade solar verificada no mesmo período, com reflexos diversos no planeta.
Veja a seguir:
Como primeiro secretário do clima na quarta metrópole do planeta, iniciei um formato de gestão antenado com todas essas questões, obtendo sucesso nos momentos críticos de chuva, frio e seca no período de dois anos. A experiência de coordenação do plano preventivo de chuvas de verão nos levou a propor um sistema de monitoramento e controle das ações de prevenção integrado, um plano de contingência para períodos de baixa umidade e temperaturas extremas.
TODOS foram deixados de lado após minha saída. O resultado… pudemos ver.
No entanto, vejo que a lacrosfera não compreendeu a profundidade das ações. Presa ao vínculo das “mudanças climáticas” com o protagonismo antropocêntrico, a lacrosfera insiste em ignorar os fatores exógenos à ação humana. Desprovida de humildade, a bancada globalista do clima, suportada por hordas de cientistas “anticientíficos”, protagoniza um episódio da série “capitão planeta”, com final patético – condenando a economia mundial a dispendiosas ações de MITIGAÇÃO, quando, em verdade, deveria o mundo investir em PREVENÇÃO, CONTINGÊNCIA, RESILIÊNCIA e ADAPTAÇÃO.
O discurso da lacrosfera é estreito e autoritário. O anticientificismo dissimulado no discurso ideológico de “combate às mudanças climáticas” atende à demanda identitária e biocentrista – voltada à MITIGAÇÃO, como forma de controle geopolítico. Nada a ver com ADAPTAÇÃO e RESILIÊNCIA – as demandas realmente importantes, descentralizadas, controladas localmente e vinculadas à autonomia e soberania.
Enquanto países reduzem seu PIB sem qualquer resultado mensurável, a terra prossegue geologicamente suas mudanças e o sol também…
A gestão climática precisa sair do discurso do protagonismo antropocêntrico mitigador. É necessário assumir governança das ações de prevenção, adaptação e resiliência.
Mitigação é necessária, mas não deve levar ao suicídio. Há de se buscar uma funcionalidade econômica em prol do desenvolvimento, não do “envolvimento” rumo à dependência.
Espero que os governos acordem… antes que seja tarde.
*Antonio Fernando Pinheiro Pedro é advogado (USP), jornalista e consultor ambiental. Fundador do escritório Pinheiro Pedro Advogados, é CEO da AICA – Agência de Inteligência Corporativa e Ambiental, membro do Instituto dos Advogados Brasileiros – IAB, membro do Conselho Superior de Estudos Nacionais e Política da FIESP – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo e Vice-Presidente da Associação Paulista de Imprensa – API. É Editor-Chefe do Portal Ambiente Legal e responsável pelo blog The Eagle View.
Fonte: The Eagle View
Publicação Ambiente Legal, 20/11/2023
Edição: Ana Alves Alencar
As publicações não expressam necessariamente a opinião dessa revista, mas servem para informação e reflexão.