Ser mulher não é divino, mas o fazemos ser, diária e continuamente.
Por Ana Alencar*
No Dia Internacional da Mulher não temos muito o que comemorar.
Em todo o mundo mulheres de todas as idades são agredidas, violentadas, mutiladas e mortas diariamente, a cada segundo, por estranhos, por familiares, por maridos, namorados e companheiros.
O motivo?
O ser mulher, o querer ser mulher, agir como mulher, viver como mulher, sorrir como mulher, chorar como mulher, trabalhar como mulher, divertir-se como mulher, amar como mulher e ser livre como mulher.
Não temos o que comemorar, mas comemoramos assim mesmo, todos os anos, porque não nos sujeitamos, não nos acomodamos, não nos intimidamos, não nos conformamos e, principalmente, porque nos orgulhamos em sermos mulher.
Mesmo que nossos corpos – os mesmos que carregam, alimentam e acalentam vidas – sejam reprimidos e maltratados, mesmo sendo constantemente julgadas, subjugadas, desmotivadas, ameaçadas e discriminadas, ainda assim nossas mentes não se rendem, não se submetem, não desistem.
Não é fácil ser mulher e ter que a todo momento provar ser capaz, ser competente, apesar de.Ter que pensar como agir, como e o que falar para não ser mal interpretada. Ter que decidir entre a roupa que esconde tudo, ou a que mostra tudo, ou apenas insinua, dependendo da situação. Ter que saber quando rir contido ou gargalhar livremente. Ter que esconder que sente tesão ou ter que fingir senti-lo. Ter que mostrar que é humana, que erra, que sonha, que deseja, que ama, que pensa, que sabe, que pode fazer o que quiser. Ter que conviver com leis arcaicas que a torna “dependente” do homem (gênero masculino) ou a necessidade de leis que garantam sua “independência”.
8 de março é o nosso dia, o DIA DE TODAS AS MULHERES DO MUNDO, de mulheres que povoam esse mundo, mulheres que cuidam desse mundo, mulheres que lutam por esse mundo.
Que o mundo nos agradeça por isso.
*Ana Alencar é professora, poetisa e colaboradora na edição e redação na revista Ambiente Legal .
Publicação Ambiente Legal, 08/03/2016
Edição: Ana. Alves Alencar
As publicações não expressam necessariamente a opinião da revista, mas servem para informação e reflexão
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