P á g i n a s Ve r d e s
Revista Ambiente Legal
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sem numa latinha de sardinha.
Por isso, a população não deixa
de usar seu carro para optar pelo
transporte coletivo. Por outro
lado, a tarifa de táxi é extrema-
mente cara. Temos que reduzir a
tarifa para que as pessoas come-
cem a andar de táxi, como acon-
tece em Nova York, por exem-
plo, onde você levanta a mão e
param três táxis ao seu lado. Lá
a tarifa é barata. Temos que tirar
o imposto, o ICMS, da parte da
prefeitura em cima da gasolina
do táxi. Um táxi transporta em
média 70 pessoas por dia.
Ambiente Legal
Qual sua
opinião sobre inspeção veicular?
Celso Russomanno -
Sou favorá-
vel à inspeção, não sou favorável
à cobrança da inspeção, porque
a gente já está pagando o IPVA.
Então, acho que a inspeção vei-
cular é saudável para todos nós.
Por isso que ela existe. O triste
da inspeção veicular é o seguin-
te: primeiro a cobrança da taxa,
e, em segundo lugar, a corrup-
ção em cima dela, porque mui-
ta gente estava aprovando seu
veículo sem levar o carro até a
vistoria. Isso é gravíssimo.
Ambiente Legal
E muita
gente sendo obrigada e repetir
uma vistoria por nada.
Celso Russomanno -
E as pes-
soas repetindo a vistoria. Aquelas
que levam, repetindo a vistoria.
E, aquelas que não levam, ficam
andando com o
carro totalmen-
te desregulado,
cheio de proble-
mas, sem fazer
o que de fato
deveriam
fazer
para controlar o
meio ambiente. Eu acho assim: a
inspeção veicular, se não for co-
brada, acaba a corrupção. Ela já
está embutida no IPVA, e a parte
do IPVA que cabe ao município,
a prefeitura vai receber. Agora,
quando você começa a cobrar,
você começa inserir um contexto
no meio, que é a corrupção.
Ambiente Legal
Como o
senhor avalia o fim da sacolinha
de plástico em São Paulo? Não
é, na verdade, um grande dano
ao consumidor?
Celso Russomanno -
Dano ao
consumidor existe com certeza
absoluta. A sacola está sendo
cobrada. Um
supermercado
médio gastava por ano R$ 50
mil com as sacolinhas. Cobra-
vam isso inserido no preço do
alimento. Agora eles tiram do
mercado a sacolinha e fica o
quê? Fica nada. Alguém viu al-
gum supermercado que baixou
o preço porque ele tirou as sa-
colinhas dos caixas? Ou algum
supermercado que está doando
esse dinheiro para alguma en-
tidade de caridade? Ou algum
supermercado está doando di-
nheiro para o meio ambiente?
Ambiente Legal
E a con-
taminação dos alimentos?
Celso Russomanno -
É escor-
rer um pouquinho do líquido
da carne ou do queijo, dos
produtos in natura de uma ma-
neira geral, e vamos ter aí uma
quantidade imensa de bactérias
contaminando produtos que
posteriormente vamos consu-
mir. É uma péssima idéia. Os
vereadores foram induzidos ao
erro e eu já vi muito disso no
Congresso Nacional.
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A indús-
tria brasileira não consegue
atender a demanda...
Celso Russomanno -
Não tem
sacola plástica e a gente vai ter
que embalar o lixo com alguma
coisa. Tomei o cuidado de andar
nos bairros nobres de São Paulo
filmando o lixo das pessoas que
tem dinheiro, nos Jardins e no
Morumbi, para saber se as pes-
soas usavam o saco de lixo ou se
as pessoas usavam a sacolinha
plástica. E pasme, 90% usavam
a sacolinha plástica para emba-
lar o lixo. Quanto ao fato de re-
ciclar, estou dizendo o seguinte:
muito antes de você usar essa
sacola ou ela se destruir no meio
ambiente, você está reutilizando
ela. Então, é uma forma de re-
ciclagem, porque reciclagem é
você pegar o produto servido e
transformá-lo em produto servi-
do. O pior disso é o tiro no pé
que os supermercadistas deram.
Ambiente Legal
O que
fazer agora?
Celso Russomanno -
Estou fa-
zendo um movimento pela in-
ternet para ver se a gente começa
a mudar esse quadro e fazer com
que os supermer-
cados voltem a
respeitar o direito
do consumidor.
Ambiente Le-
gal
O senhor
acha que o pro-
Sou favorável à inspeção,
mas contra a cobrança.
Nós já pagamos IPVA”